Eu sou um país pacífico localizado alhures,
Onde qualquer força aventureira se glorifica.
Um país vulnerável a qualquer ataque.
No começo atiço ilusões,
Acham-me até interessante, talvez apenas por estar distante,
Alhures... que vocábulo sinistro...
Então me invadem, sorrateiramente.
Vasculham-me, exploram-me e apropriam-se de mim,
Formam guetos e submundos em meus esparsos espaços vazios,
Definham-me, para simplesmente depois, baterem em retirada, debandarem
Um absurdo, um desperdício, nem usam tambores ou clarins.
Resta-me a força para fazer a recontagem,
Diplomacia, para rever minhas perdas,
E as paisagens a serem reconstruídas.
Não sou um país em formação, pelo contrário,
Por estar alhures, descuidei-me desse pequeno detalhe.
Alhures? Hoje qualquer míssil é teleguiado...
E em minha defesa, não tenho sequer um radar!