Mórbida metáfora.
De ti farei o meu palco
E nele exibirei meus dons,
Irei sutilmente descortinar-te
E iluminar-te com a ribalta de meus desejos
E fazer-te exuberante com os holofotes de minha paixão.
Sondarei os teus cantos
Sorverei teus encantos
E desnudarei teu cenário em segredo
Vadearei o teu perímetro
Milímetro por milímetro com afã.
Vou ornar-te com flores
E tornar-te um templo
Onde irei ajoelhar e declamar-te Djavan.
E desarmar-te-ei com afagos
A assanhar tua, já entregue, platéia.
E os aplausos serão efusivos
Tuas excitações fogos de artifício
De susurros oclusivos e estrelinhas se dissipando
E estalando num punhado de beijos agradecidos em mim...
E aí curvar-me-ei para que me aplaudas e peças bis...
E aí agradecerei o tempo amante...
Pelas cenas emocionantes
E pela direção tão feliz!