palavras...
As esperanças perdidas passaram a serem inúteis. Sinto falta de meus amigos, e faz tempo eu não me volto, talvez nem eu mesmo me reconheça se alguns eu encontrasse. Nestas minhas viagens algumas vezes me sinto estar fraudulentamente em algum espaço que não seja o meu. Se alguém me encontrar será que me devolverão sem juros e sem correção? Numa destas viagens Nietzsche fez companhia e naquele momento me salvei. Para pensar com exatidão precisa-se praticar a meditação e assim disciplinar o pensamento. Até para se contrapor ao tempo que nos atropela a todo o momento, entender a dor é santificar o ser. Santificado seja o vosso nome! Não se deve fazer salada de palavras pode ser de mau gosto, lembrei-me quando ela disse você quase não abre a boca, fiquei triste de pensar que as conversas inúteis que ouço me aborrecem não queria ser assim! Quem me construiu?
Nem sei por que escrevo ou será que sei? Gostaria de compartilhar algumas locuções e também algumas paixões, mas o mundo está tão surdo... Nada encontro que possa ser; talvez por ter perdido o endereço, o talvez seja sempre incompreendido, no já quase triste estar neste penhasco com ameaças de tonturas apesar de toda beleza contemplativa, estava a meditar na minha pane. Veio-me um pensamento nas asas de algumas destas aves que voam e volteiam neste meu espaço. Preciso me desabituar que os hábitos me fazem falta. Por em algum lugar havia lido que os hábitos é uma prisão. Ao olhar-me no espelho me assustei com a lebre que me vi tal a minha inquietação! As minhas lembranças também envelhecem.