PROVOCAÇÃO À ESCRITA

Escrever para que e para quem e para que escrever o que se tinha que escrever e para quem quer que fosse a escrita a ser escrita pelo dom ou trabalho do escritor que escrevesse o que teria de ser escrito e dito e bem dito bendito em bom tom o som da caneta ou lápis ou tecla na construção do que seria o texto a ser escrito por mãos inseguras e trêmulas e longas. Escrever é escrever pura e simplesmente acabando com as fronteiras da prosa e do poema e sentindo que o que se escreve, se escreve para todos os que queiram ler o escrito fora da ordem ou do dia e da monotonia das coisas que se escreve em tempos de imagens caras e mentes raras e bocas e acenos fáceis ilusionismo e miragens por hora e por agora e por tudo fora e por cima ou por baixo o ser é o não ser não é nada, mas igual a outros seres desiguais que não lêem e não escrevem, entretanto, esperam que o escrito seja leve e fácil e pequeno para que, quando, num momento futuro distante ou nunca, ao ser lido, o escrito seja consumível, bebível, vendável e acondicionado em pacotes plastificados para segurança de todos...

CAMPISTA CABRAL
Enviado por CAMPISTA CABRAL em 30/11/2011
Código do texto: T3365533
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