O PENSAMENTO É QUE NEM PEIXE...
O pensamento é que nem peixe...
Avua mesmo!
Nestes céus de brigadeiro,
onde a alma vive escondida
em falsas nuvens de chuva,
meu pensamento voa.
De todos os pensares que
me vem à mente,
tem um, umzinho que incomoda.
E como. E tanto!
Quando morro, ele também sucumbe?
Se a morte aniquila os cinco sentidos - e já
me disseram que são seis, incluindo-se aí a intuição -
será que o pensamento irá pro saco também?
(Saco no sentido de saco mortuário - aquele preto,
privilégio dos marines e dos presuntos cariocas).
Imagino assim a vida como um disjuntor.
Apagou...caiu a chave...você já era.
Vai pro saco, corpo, alma, grana, heranças, lembranças,
maldições, ódios, amores perdidos e achados ou vice e versa.
Chegou a vez dos vermes.
Eu diria até que depois da morte existe vida, sim.
Dos vermes. Ou do fogo, caso prefira ser cremado.
Veja que o pensamento-enquanto estou vivo- voa mais
que urubu em dia de banquete.
A vantagem é que o pensamento é quieto, confidencial.
Pelo menos pra mim. Os telepatas que me perdoem,
mas repensar é fundamental.