O PENSAMENTO É QUE NEM PEIXE...

O pensamento é que nem peixe...

Avua mesmo!

Nestes céus de brigadeiro,

onde a alma vive escondida

em falsas nuvens de chuva,

meu pensamento voa.

De todos os pensares que

me vem à mente,

tem um, umzinho que incomoda.

E como. E tanto!

Quando morro, ele também sucumbe?

Se a morte aniquila os cinco sentidos - e já

me disseram que são seis, incluindo-se aí a intuição -

será que o pensamento irá pro saco também?

(Saco no sentido de saco mortuário - aquele preto,

privilégio dos marines e dos presuntos cariocas).

Imagino assim a vida como um disjuntor.

Apagou...caiu a chave...você já era.

Vai pro saco, corpo, alma, grana, heranças, lembranças,

maldições, ódios, amores perdidos e achados ou vice e versa.

Chegou a vez dos vermes.

Eu diria até que depois da morte existe vida, sim.

Dos vermes. Ou do fogo, caso prefira ser cremado.

Veja que o pensamento-enquanto estou vivo- voa mais

que urubu em dia de banquete.

A vantagem é que o pensamento é quieto, confidencial.

Pelo menos pra mim. Os telepatas que me perdoem,

mas repensar é fundamental.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 24/10/2011
Código do texto: T3295964
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