SULCOS DO TEMPO
Vejo nos olhos do homem
Assombrado
A decepção pelo desamor
E o medo que se enuncia
Na angústia do ser
Que ajoelhado se arrasta
Assustado
Rosto vermelho pelo esforço
Face rubra envergonhada
Pelo abandono
Agarrando-se pelas paredes
Amargurado
Sozinho, sem lar...
Na inocência
Por não saber
Dos próprios direitos,
Subjuga-se
Machuca-se
As lágrimas que sem jeito
Correm como riachos,
Seguindo os sulcos do tempo
Na face enrugada, sentida...
Já não pode mais caminhar
Nem no asilo visitar
Sua querida
Sua eterna namorada.
Arrastando-se pela vida
Ele chora
Na inocência...
No nada...
Na vida sofrida
Que a dor aflora,
Chora por sua amada!