SULCOS DO TEMPO

Vejo nos olhos do homem

Assombrado

A decepção pelo desamor

E o medo que se enuncia

Na angústia do ser

Que ajoelhado se arrasta

Assustado

Rosto vermelho pelo esforço

Face rubra envergonhada

Pelo abandono

Agarrando-se pelas paredes

Amargurado

Sozinho, sem lar...

Na inocência

Por não saber

Dos próprios direitos,

Subjuga-se

Machuca-se

As lágrimas que sem jeito

Correm como riachos,

Seguindo os sulcos do tempo

Na face enrugada, sentida...

Já não pode mais caminhar

Nem no asilo visitar

Sua querida

Sua eterna namorada.

Arrastando-se pela vida

Ele chora

Na inocência...

No nada...

Na vida sofrida

Que a dor aflora,

Chora por sua amada!

Crisalida
Enviado por Crisalida em 09/09/2011
Reeditado em 21/04/2012
Código do texto: T3209064