"O RIO ANHENBY, AGORA TIETÊ, É O RIO SUJO DA MINHA TERRA "

O RIO ANHEMBY, AGORA TIETÊ, É O RIO SUJO DA MINHA TERRA,

não tem águas limpas, claras, frescas, doces. Ele é preguiçoso,

corre lentamente, move-se como um animal ferido, em agonia,

estagnado, passa arranhando as suas margens, fosse o Ganges,

passaria em dignidade, a conduzir a alma da Índia, majestoso,

solene, com seus corpos a deslizar floridos, com linhos

perfumados

O Ganges, como todo bom poema, tem sempre algo a nos dizer.

O Tietê é um rio sujo da minha terra.

O Tietê é um rio cego

O Tietê é um rio sem peixes.

Um rio sem peixes

é um olho sem pupilas.

Encouraçado o Ganges desliza

a carregar a dor de todos.

Saniasins, sudras e intocáveis

marajás purificam-se

nas águas poluídas do Ganges.

Mas todos os rios do mundo

têm a idêntica dignidade

pois é a água a essência da vida.

permiano colodi
Enviado por permiano colodi em 30/07/2011
Código do texto: T3127701