SE EU FOSSE UM DEUS
Seria divino.
Mas não queria ser deus do Amor.
Não me sinto competente para julgar desamores.
Muito menos agressões, verbais e físicas.
Ameaças de toda espécie. Não...não...do amor, não!
Também não queria ser deus da Natureza.
Minha sensibilidade de rio admite pororocas
mas, em tempo algum, assoreamentos.
Tsunamis, terremotos, furacões, tornados,
tempestades, deslizamentos...tudo estaria previsto.
Mas não posso desrespeitar minha mãe(que não é Maria).
Nem pensar em ser deus da Vida.
Casais que não procriem, só pensando em prazer.
Alimentos modificados. Petróleo poluindo mares.
Vírus e mais vírus se apoderando da genética.
Não...não...não dá mesmo!
Amaria sim, ser um deus das Letras.
Criar milagres com palavras sem sentido.
Curar as ignorâncias crônicas.
Fazer valer o Fernando que existe
em cada Pessoa.
Criar uma oração em poesia.
Imensa...enorme...pleonástica...
que invadisse o mundo...
Como um tsunami de sabedoria.
Arrastando sensibilidades,
aniquilando radiações.
Reatores, só de paz.