Menina-Moça

Ocorreu-me agora pouco o quão livre e doce deve ser a vida daquelas moças do sertão.

Falo daquele em que ainda há festa junina com direito a prisão e barraca do beijo!

Contas para pagar? Certamente infinitas.

Mas e as ondas quebra-mar? Certamente belíssimas.

Já morei em cidade pequena.

Sair de bicicleta com o sol ofuscando os cílios, acenar para o Seu João que pegou-me ainda sementinha é virtude.

Mudar para cidade grande tem suas maravilhas também (mas não são mais virtude, chamo-as Virtú agora que aprendi Maquiavel).

Passeios de bicicleta? Jamais.

Agora tenho Montain Bike, que de nada serve, se não para muchar-lhes o pneu de tão estáticos que lhe ficam durante o ano.

Menina-moça em todo lugar é a mesma.

Mesmo desejando voltar à lanchonete da Tia Nilma, agradeço por não ter abandonado aquela menina que é a última a esperar a mãe no final da aula, com um Monteiro Lobato às mãos.

Caroline F Lima
Enviado por Caroline F Lima em 11/06/2011
Reeditado em 11/06/2011
Código do texto: T3027504
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