Menina-Moça
Ocorreu-me agora pouco o quão livre e doce deve ser a vida daquelas moças do sertão.
Falo daquele em que ainda há festa junina com direito a prisão e barraca do beijo!
Contas para pagar? Certamente infinitas.
Mas e as ondas quebra-mar? Certamente belíssimas.
Já morei em cidade pequena.
Sair de bicicleta com o sol ofuscando os cílios, acenar para o Seu João que pegou-me ainda sementinha é virtude.
Mudar para cidade grande tem suas maravilhas também (mas não são mais virtude, chamo-as Virtú agora que aprendi Maquiavel).
Passeios de bicicleta? Jamais.
Agora tenho Montain Bike, que de nada serve, se não para muchar-lhes o pneu de tão estáticos que lhe ficam durante o ano.
Menina-moça em todo lugar é a mesma.
Mesmo desejando voltar à lanchonete da Tia Nilma, agradeço por não ter abandonado aquela menina que é a última a esperar a mãe no final da aula, com um Monteiro Lobato às mãos.