Ponha a saia mais leve,
aquela de chita,
e passeie de mãos dadas com o ar.
Enfeite-se com margaridas e ternuras
escove a alma com leves fricções de esperança.
De alma escovada e coração estouvado,
saia do quintal de si mesmo
e descubra o próprio jardim.
Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passar debaixo de sua janela.
Ponha intenções de quermesse em seus olhos e beba licor de conto de fadas.
Ande como se o chão
estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas,
cada qual trazendo uma pérola falante
a dizer frases sutis e palavras de galanteria.
(Quem não tem namorado- Carlos Drummond)