BRINCANDO DE EXISTIR
BRINCANDO DE EXISTIR
(reeditando)
Brincando de existir,
fui fazendo aniversários.
Um atrás do outro...
Um atrás do outro...
Era uma coisa divertida,
que inebriava, embriagava
e não me deixava perceber
que já era refém do tempo.
Quando me dei conta, os cabelos
grisalhos deduravam minha idade.
As gatinhas chamavam-me de tio.
Os empregos rareavam, assim como
os cabelos começaram a fazê-lo.
Amores se esconderam no passado.
E foram muitos. E foram-se todos.
Os bolos já nem tinham mais velinhas.
E o tempo riu de mim e riu da brincadeira.
Brincando de existir,fui brincando.
Brinquei tanto,que nem sei mais que horas são.
Nem vou perguntar.
Alguém vai dizer que já é hora de dormir.