Zanga de amor
Deixa disso companheiro, liga para esta zanga não!
Este arrufo é coisa passageira. Pura besteira,
nossa história não há de arrefecer...
Vamos quebrar o gelo,
acender a lareira e sorver o cachimbo da paz.
Manias, todo mundo tem bocado,
traz na bagagem de casa e acaba despejando todas no sofá da casa nova.
Vamos fazer das manias uma salada colorida e servir no jantar...
O sabor decerto há de mudar, e o que parece amargo, ganha novo tempero, novo cheiro.
Zanga de amor é birrinha gostosa,
Cheia,
Caudalosa.
Bom prestar assunto companheiro, para não esvaziar.
Sem zanga
Sem tempero
Sem mania
Sem desejo
O amor fica murchinho feito bexiga estourada.
Valéria Escobar
Setembro/2008