O DONO DO MUNDO
Ele era assim...abastado.
Cheio de manhas e banhas.
Meio dono do mundo. Meio imundo.
Um ser vil. Servil de si.
Comprava verdades e se atolava
em vaidades.
Tinha várias montblanc,
mas era incapaz de escrever
uma linha de amor.
Não lia poesia.
Nunca soube quem fora Cervantes.
Tipo desconfiado. Um tanto verde.
Tinha cara de dólar.
Dos funcionários fazia marionetes.
Mas era gordo e feio.
Meia barba. Meio bárbaro.
Infeliz, vivia o sucesso pra si próprio.
Faturamento a qualquer custo.
E juros...muito juros.
E muitas juras de amor às mulheres,
que não o queriam.
Porque era gordo e feio.
Meio patinhas, sem perceber,
trancou-se em sua caixa forte.
O mundo vivia lá fora.Ele tinha muito dinheiro.
E nada mais acontecia, além de juros e juros.
Porque ele era gordo e feio.