IDAS E VINDAS
Nessas idas e vindas
quando a morte cede à vida,
entendo melhor as coisas divinas.
A sacralidade desse templo
onde se cultuam símbolos
de poder, amor e ódio,
tem sido devassada.
Os valores ao avesso, a ganância
e as virtudes jogadas ao léo,
me fazem pensar não no fim,
mas no início de um novo tempo.
Toda essa oclusão de sentimentos
típicos do ser, e que afloram apenas
nas catástrofes, me leva a pensar
que o planeta mudou muito.
Tanto quanto à natureza, quanto
aos desnaturados.
Nessas idas e vindas, lá se vão,
ao menos, seis bilhões de auroras.