Sobre A Felicidade
Sobre A Felicidade
Tento reconquistar o inconsciente para os propósitos de amar e compreender, não porque tenha a pretensão de ser anjo, mas, porque quero ser feliz.
A cada início de um novo ano, sinto uma necessidade inquietante de autoavaliação e conseqüentemente, reprogramação de minha vida.
Os projetos e planos materiais, os chamados “reais”, naturalmente, são colocados na balança, como se fosse, os que tivessem importância, porém, não são os que contam, pois, independem de mim. Dependerão em muito de fatores externos, e poder-se-ão escapar de meu controle.
Poderei sim, fazer escolhas, contudo, não está em mim, determinar sua real concretização.
Não temos poder para mudar, nem o mundo, nem as pessoas à nossa volta, mas, temos sim, o poder para mudar a nós mesmos. O livrearbítrio é tudo o que temos, e isso é tudo o que precisamos para construir nossa felicidade - uma nova atitude!
Por isso, ao despontar as luzes do primeiro dia do ano, reinicio uma reprogramação do meu eu, assim meditando:
“Este é o primeiro dia do resto dos dias da minha vida; vou viver intensamente, minuto por minuto com muito amor, compreensão e sabedoria...”
Por entender que, se eu tiver amor verdadeiro por todas as criaturas; se puder compreender as razões de certas atitudes e comportamentos das pessoas que me magoam, ou frustram no dia-a-dia; e tiver sabedoria para agir corretamente em todos os momentos, vencerei com certeza, todos os desafios e conservarei a mansa paz.
Aprendi, que a felicidade é um estado de consciência que se estabelece de dentro para fora, como resultado da paz interior, por haver feito todo o bem ao meu alcance. Por essa razão, não mais buscar lá fora, mas, na fonte que jorra de dentro de mim.
A fórmula é mágica, porém, não é tão simples assim. Necessitará ser reformulada muitas vezes, em todos os dias do ano; há que se ter o dom da perseverança, e um imenso desejo de ser feliz, para poder recomeçar sempre, como eternos aprendizes.
Mudar, implica um longo processo de demolição/reconstrução. Não se trata apenas de executar certas regras de conduta, mas sim, de desembaraçar-se de outras tantas acumuladas ao longo da existência.
Já me habituei a respeitar e perdoar minhas recaídas.
Outro dia, vi um filme com o título “Como Se Fosse A Primeira Vez”, em que uma jovem, em consequência de um acidente, perdera sua memória atual. O mocinho apaixonado tinha que reconquistá-la a cada dia, pois a amada nunca se lembrava do dia anterior.
É assim, tento reconquistar a memória do meu inconsciente, para os propósitos de amar e compreender... Não porque tenha a pretensão de virar um anjo, mas, porque quero ser feliz!
Observe o alvorecer de um novo dia. Assim como a luz do alvorecer constrói o novo dia segundo a segundo, rompendo a escuridão de forma gradual e lenta, o amor surgirá no horizonte interior de meu ser, de forma gradual e lenta, de dentro para fora, consolidando uma nova postura e um novo tempo.
“Não se deita vinho novo em odres velhos”, sob pena de se azedar o vinho.
Muitas vezes, observei as flores magnânimas do meu jardim, e perguntei a Deus a razão pela qual, elas possuem tanta harmonia, e não adoecem como os homens.
“É que as flores não magoam...”
As plantas, assim como tudo na Terra, trazem consigo a essência divina, que as impulsionam a realizar o propósito para o qual foram criadas. Não sonegam aroma e beleza, nem mesmo quando os homens as solapam do solo em que germinaram e cresceram. Seguem, oferecendo perfume e beleza, sem questionar ou cobrar retribuições.
As flores são incapazes de machucar alguém, e nem sequer de se magoarem.
Por isso, repito a mim mesma: quando eu crescer, quero ser uma flor!
E é por isso que recomeço o exercício a cada dia - “hoje é o primeiro dia do resto dos dias da minha vida...”
Ah, quando eu crescer, quero ser um jasmineiro carregado de flores brancas, a exalar sua exótica fragrância...
Que flor você quer ser, quando crescer?