" SACRO...SANTA?"
“SACRO... SANTA?”
Na solidão da nave, o suave vento da noite bruxeleia as velas a ela oferecidas...
O rosto marmóreo, esculpido em fina porcelana parece mover-se em silêncio, saindo de sua sepulcral passividade...
Choraria ela, como a Rosa Mística, lágrimas de sangue em razão dos desenganos humanos?
Incorporada,então, pelas feminis dores a imagem se contrai diante da lancinante dor...
Nunca deveria ter se entusiasmado por um frívolo sentimento, produto das noites caladas e insones...
O ideal de amor entretanto, permanecia cálido em seu viver... O esbelto corpo,traduzido em brumas de desejo, espumas de sonho,ainda lhe sorria ao ritmo da Serenata de Schubert...
A paixão, ah o amor, que tanto maltrata as criaturas terrenas...
Jamais o idílio sacrossanto, razão e motivo do viver fenomênico, conhece o termo final, a extinção cabal,mantendo-se redivivo no amante coração, ainda que encerrado em seu virginal catre...
Nota da Recantista: Compus esta prosa poética imaginando uma Santa vivenciando as dores comuns ao universo feminino... Não se trata de crítica, à nenhuma religião,apenas e tão somente um ensaio de imaginação poética...
Ivone Maria R. Garcia (Ivoninha)