A LUCIDEZ DOS LOUCOS
A LUCIDEZ DOS LOUCOS
Ser lúcido quase sempre cansa.
Há no ser ponto que atravanca,
Impele e impede as realizações,
Por impulso as extravagâncias.
Pitada de maluquice faz bem,
Vez por outra, não perturba,
Não dói ou desconecta ninguém,
Assim quase nada nos espanta,
No mundo nosso das desilusões.
Há os que são sábios e não crêem,
Os que acreditam e nada sabem,
Os que falam e nada vêem,
Os que vêem, mas a todos calam,
Os estúpidos que tudo fazem,
Graças à sustentação da lucidez.
Oh homens de pequena fé!
Faz falta um pouco de insensatez.
Rio, 17/12/2010
Feitosa dos Santos