MODUS MORRENDI
Eu sei que a morte tem me espreitado.
Mas, sabe, essa bobinha não tem vida.
Ela é incapaz de viver grandes amores.
Só sabe de desavenças e velórios.
Eu queria ver o dia que Deus inventasse
a morte da morte.
He. He. Seria bom demais.
Todos nós poetas, seríamos imortais.
Sem ter que usar aquele fardão ridículo.
E jogar bilhar, então! Mata a sete!
E não tem jeito da bola entrar na caçapa.
Matar aula! Acabou.
Matar as saudades. Aí vai ficar na lembrança.
Ninguém mais iria poder dizer: matou a pau!
Com a morte da morte, o modus morrendi
ia ser diferente. Seria sempre modus vivendi.
Ah! mas que pelo menos eu ia morrer de rir...
ah. ia.
Só!