PULSEIRA DE PRATA
Tinha-a envolvendo o meu braço, como se fosse você a me envolver e, todas as vezes que a tocava, era como se estivesse tocando você.
Representava um élo, desde quando você a colocou em mim, pela primeira vez, e me disse que eu a devolvesse se não mais estivesse com vontade de lhe ver. E fui ficando com ela, pois quanto mais o tempo passava, mais sentia o desejo de estar ao seu lado...
Tirei-a uma vez só, quando da nossa rusga primeira. E, assim como você a colocou no meu pulso, assim a recoloquei no seu, devolvendo-a para você.
Mas ela retornou para mim, no nosso encontro maior, e me apeguei a ela como se fosse um pedaço de você que eu carregasse comigo, noite e dia, dia e noite. Como se fosse um pouco de você quando eu, ao deitar, repousava a cabeça sobre o braço em que ela estava.
Você foi saindo de mim, devagarinho, e só me deixou essa fina correntinha a me envolver, que, irrequieta como você mesmo, muitas vezes escapulia do meu braço e eu ficava a procurá-la, ansiosamente, até achá-la, ou em minha cama, ou no chão, como se quisesse libertar-se de mim, mas não de todo. Por isso ficava sempre por perto, até que eu a achasse e a repusesse junto ao meu corpo (como você e ela podiam ser tão parecidos?)...
Ainda ontem, olhando-a, lembrei de quando você tornou a colocá-la em mim, dizendo que ela estava voltando (o que você quis dizer com isso?...). Logo depois, não a vi mais. Quando olhei para o meu pulso pela segunda vez, já não a encontrei. Procurei-a na bolsa, no chão, pensando que ela estivesse me pregando mais um susto, desaparecendo assim de mim, e que, logo, logo, a acharia quietinha, à minha espera.
Mas foi em vão. Você e ela (combinaram?...) foram-se de mim. E tenho a estranha sensação de que perdi o último vínculo que nos ligava e que não adianta mais procurar, porque nunca mais (quiçá não seja assim) irei encontrar nem você, nem ela, a me esperarem para sentirem o calor do meu corpo e as minhas mãos, sempre dispostas a acariciar.
O meu receio, meu único receio, é que outras mãos se apossem da pulseira (e de você) e não tenham o cuidado de zelar pelos dois... Ou então, que ninguém mais os ache e que ambos fiquem ao léu, perdidos, correndo o risco de serem pisados e feridos...
Se ao menos eu soubesse que fim levou a pulseira de prata...
Tinha-a envolvendo o meu braço, como se fosse você a me envolver e, todas as vezes que a tocava, era como se estivesse tocando você.
Representava um élo, desde quando você a colocou em mim, pela primeira vez, e me disse que eu a devolvesse se não mais estivesse com vontade de lhe ver. E fui ficando com ela, pois quanto mais o tempo passava, mais sentia o desejo de estar ao seu lado...
Tirei-a uma vez só, quando da nossa rusga primeira. E, assim como você a colocou no meu pulso, assim a recoloquei no seu, devolvendo-a para você.
Mas ela retornou para mim, no nosso encontro maior, e me apeguei a ela como se fosse um pedaço de você que eu carregasse comigo, noite e dia, dia e noite. Como se fosse um pouco de você quando eu, ao deitar, repousava a cabeça sobre o braço em que ela estava.
Você foi saindo de mim, devagarinho, e só me deixou essa fina correntinha a me envolver, que, irrequieta como você mesmo, muitas vezes escapulia do meu braço e eu ficava a procurá-la, ansiosamente, até achá-la, ou em minha cama, ou no chão, como se quisesse libertar-se de mim, mas não de todo. Por isso ficava sempre por perto, até que eu a achasse e a repusesse junto ao meu corpo (como você e ela podiam ser tão parecidos?)...
Ainda ontem, olhando-a, lembrei de quando você tornou a colocá-la em mim, dizendo que ela estava voltando (o que você quis dizer com isso?...). Logo depois, não a vi mais. Quando olhei para o meu pulso pela segunda vez, já não a encontrei. Procurei-a na bolsa, no chão, pensando que ela estivesse me pregando mais um susto, desaparecendo assim de mim, e que, logo, logo, a acharia quietinha, à minha espera.
Mas foi em vão. Você e ela (combinaram?...) foram-se de mim. E tenho a estranha sensação de que perdi o último vínculo que nos ligava e que não adianta mais procurar, porque nunca mais (quiçá não seja assim) irei encontrar nem você, nem ela, a me esperarem para sentirem o calor do meu corpo e as minhas mãos, sempre dispostas a acariciar.
O meu receio, meu único receio, é que outras mãos se apossem da pulseira (e de você) e não tenham o cuidado de zelar pelos dois... Ou então, que ninguém mais os ache e que ambos fiquem ao léu, perdidos, correndo o risco de serem pisados e feridos...
Se ao menos eu soubesse que fim levou a pulseira de prata...