SETE MIL ANOS ATRÁS

Eu nasci nesse tempo...quase hoje.

E era um poeta dos traços.

Não resistia à uma caverna tela.

Lá, rabiscava minhas artes abstratas.

E eram formas de bichos, de plantas,

desenhava o Sol, a Lua...

Estrelas não, porque eram minhas

e não queria dividí-las com aqueles

seres incivilizados. Imagina que nunca

votavam nem nunca pagavam.

Era uma época de abundância.

Muita água. Florestas.

E amores que se entendiam.

Alguém disse de OVNI.

Sei lá o que pode ser isso.

Mas tudo que vem do espaço

é bem vindo, inclusive o meteoro.

Ele serve pra alertar e mostrar

que não estamos só no espaço.

Um espaço tanto que não é espaço algum.

Existe em nossa alegre alegoria de vida.

Eu fico imaginando como será esse mundo

daqui a sete mil anos.

Viverão pirâmides, reis, príncipes,

das luzes e das trevas.

Viverão mausoléus milionários,

guerras, conquistas, perdas,

revoluções genéticas...

descobertas de continentes...

muitas perdas de patentes...

vacinas....dengues...hiper...hiper tensões.

Vasculares e nucleares.

Inteligências raras e idiotices multiplas.

Regiões mortas por guerras absurdas.

Não consigo imaginar nada melhor.

Acho que estou velho mesmo.....