MINHAS PALAVRAS

Espero que isso tudo sirva de lição.

Minhas palavras nunca foram minhas.

Foram roubadas do dicionário.

Aliás, pensando bem, ninguém é dono

de palavra alguma.

Nem o sonante Sou!

Nem o mesquinho Fui!

Todos somos larápios da Língua.

E a Língua é cruel.

Quando dá nos dentes...sai de baixo.

Mas...admiro o Manoel Bandeira e suas páginas

devidamente desfraldadas.

E o Manuel de Barros e suas páginas

de besouros e azuis infinitos.

Amo os pequenos, assim como adoto

os grandes, em termos.

Minhas palavras tendem a ser um

pequeno divisor de ares.

Os modernos, os antigos , os contemporaneos,

os futuros, os pós apocalípticos,

os pós presentes, os anti futuros

e os absolutamente normais.

Minhas palavras vão valer daqui a pouco.

Quando o mundo voltar ao normal.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 10/08/2010
Reeditado em 12/08/2010
Código do texto: T2430554
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