MINHAS PALAVRAS
Espero que isso tudo sirva de lição.
Minhas palavras nunca foram minhas.
Foram roubadas do dicionário.
Aliás, pensando bem, ninguém é dono
de palavra alguma.
Nem o sonante Sou!
Nem o mesquinho Fui!
Todos somos larápios da Língua.
E a Língua é cruel.
Quando dá nos dentes...sai de baixo.
Mas...admiro o Manoel Bandeira e suas páginas
devidamente desfraldadas.
E o Manuel de Barros e suas páginas
de besouros e azuis infinitos.
Amo os pequenos, assim como adoto
os grandes, em termos.
Minhas palavras tendem a ser um
pequeno divisor de ares.
Os modernos, os antigos , os contemporaneos,
os futuros, os pós apocalípticos,
os pós presentes, os anti futuros
e os absolutamente normais.
Minhas palavras vão valer daqui a pouco.
Quando o mundo voltar ao normal.