O VAZIO DA SOLIDÃO
As folhas voam e soam tristes a cada sopro do vento como se o seu beijo traiçoeiro as levanta contra o seu peito para logo as largar à deriva da solidão no frio vazio que se anuncia na soleira da porta...
Meus passos lentos param no vão da inconsciência enquanto as lágrimas brotam impassíveis frente à infalível dor...
Os dias passam, cada um mais perdido, cada um mais sentido no silêncio da tristeza e do recém, da franquia da covardia e da incerteza, tantas emoções que vão muito além da razão no entanto se fechando no mal da sua aflição que em cada amanhecer, deixa cada vez mais de viver e cada anoitecer continua igual em sua mais sombria solidão...
Apenas um coração refém dessa amarga e eterna saudade por o que ontem foi o labirinto do meu ser e hoje tão somente é uma trilha vazia sem sentido... Nada vejo mas tudo sinto nesta fatalidade que se faz absinto na corrente do meu ser que sem você não sabe o que é viver, apenas tenta sobreviver...
Olho para o tudo mas no entanto não vejo nada, como entrever a magia nesta aquarela da vida, ontem tão colorida se hoje as cores todas desfaleceram e apenas resta um canvas empregnado de fél, uma página rasgada num livro aberto, um papel repleto de tinta sem sentimento, nem sensação e um anel esmagado e quebrado... me fala como me libertar dessa tua visão e do teu acalento?
Salomé
Ess. "Emoções e Reações" 2010