A Mulher, O Homem.

Gritam os animais

Quando nascem os pequenos senhores de tudo

Habitam as pedras enquanto faz-se o mundo

Verde a relva molhada

Molhado

Tudo o que hoje é capim.

Fecha-se e abre-se a selva

Transforma-se

Pasto ou jardim.

Brilha o espelho da lua

Dia ou noite como a matriz

O Sol

Morde a isca o peixe

Ou nada

Ou cai no anzol.

Correm cavalos e outros animais do vento

O vento é mais um empréstimo do Sol

E os raios, o calor, a cor, tudo o que representa

E o leão que tem tudo emprestado

Urra agradecendo ao Sol

Que emprestou sem nada perder

E urra novamente o leão

Que pelo símbolo que é

Nada deve temer

Mas na alma da nova criatura

Símbolo análogo do indefinível

Habitam leão e Sol

Selva e relva

Peixe e anzol

Nesta nova criação

Filha de um abismo sem fundo

Tudo está unido

O fruto dos olhos

E o além destes mundos

Urra novamente o leão

Que de temido passou a temer

Urra por não saber

Que no fundo

Nada pode acontecer.

Do livro Lemniscata

capitulo 3 Criação “O movimento formativo” pág. 64

João Marcos GC K
Enviado por João Marcos GC K em 03/05/2010
Reeditado em 03/05/2010
Código do texto: T2234002
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.