DELÍRIOS
Revolve-se em contato com a areia... Contorce-se... Desfaz-se... Não há mais lembrança nem suor nem dor nem lamento nem raiva nem vida. Há o silêncio. Há o vazio. Há um poema imaginado e não escrito. Há pensamentos soltos sem dono e sem nexo. Há desejos vagos sem cor e sem sexo.
Um dia como um dia qualquer um dia comum um dia como todos os outros: tempo e relógio e pressa. Depois de tudo uma desatenção. Os olhos não viram o ônibus e tudo foi tão rápido e comum. O sangue na calçada e as vozes das pessoas cada vez mais longe cada vez mais longe...
Agora não é mais do que um corpo estendido na calçada de uma metrópole.