SIMPLES

Cresci e desaprendi das coisas simples.

Enquanto criança, era tudo muito simples.

O afeto da mãe. O cinto do pai.

O colo da avó. O socorro da avó.

A avó era simples. Assim como era

simples o latido do Bijú. Um simples

cão que morria de ciumes de mim.

O arroz com feijão era simples,

a polenta com almeirão também.

O rádio balbuciava aquela música

simples dos caipiras. Não havia tv.

Nem simples nem complicada.

Era um momento que parou no tempo.

Minha tia simplesmente namorava

junto ao portão. Eu, seu simples sobrinho,

escondido, ria das coisas que não aconteciam.

Achava que o tempo não andava.

Que nunca ia crescer e nunca ia esquecer

daquele beijinho simples que lasquei na

Dulcinéia, minha namoradinha de 5 anos.

Essas lembranças me fazem muito bem.

Engraçado...pela primeira vez na vida

não consigo complicar um texto!

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 22/04/2010
Código do texto: T2213501
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