QUE NINGUÉM ME LEIA MAIS
Estou de partida.
Não escrevo mais sobre amor.
Essa coisa de versos melados.
Rodeados de abelhas.
Prefiro escrever sobre cinzas.
De vulcões. De poeiras.
Não são doces e nem enganam.
Abortam vôos. Inibem turbinas.
Cancelam chequins.
Que ninguém me leia mais
se quiser só ouvir coisas de amor.
Mas se alguém quiser falar de vulcões
eu posso dizer de amores turbulentos,
encandescidos que foram fogo,
viraram cinza.
E ressurgiram delas.
Como Fênix.