Se há um encontro, há um recomeço. Não devemos esperar a

esperança, que é uma arma da abnegação e do vegetativismo,

devemos, sim, encarar o final que está sempre próximo, no

próximo passo, atrás da mesa, de passageiro no carro, do outro

lado da rua, sempre ali, sabendo que tudo se acaba antes de
 
percebermos.


Não é do fim que devemos fugir, é para o recomeço que devemos

nos encaminhar. Ontem acabou-se e agora estamos aqui, juntos,

mais juntos ainda, porque existe vida e poesia, e existimos nós:


"e da solidão encurralada saio para a multidão dos combates, 

                    livre, pois na minha mão vai a tua mão, 

                     conquistando alegrias indomáveis..." 

                                   
 Pablo Neruda