Não sei se valho o que penso, e se o que penso tem valia, assim, não me desmereço, este é meu preço: a dúvida do que tenho e que, em não tendo, esqueço.
No tempo pronto possuo forma, no tempo vindouro vou-me embora, fujo dos olhos em que me vi, mas que não viram o que vivi.
Destas buscas faço-me inteiro, nelas sonho, o sonho derradeiro: ser poeta plenamente, ser rebelde permanente, amante e aventureiro.
Seguir o pássaro que voa no nada, seguir a flor da madrugada, ver o dia se abrir quando a noite insiste em prosseguir.
Falar às pessoas sentadas, amar as pessoas aladas, alienado e só, desesperado e só; abandonado por ser amado,
Só, por ser o que penso.
o poeta escreve o poema ideal
para a musa idealizada... Umberto Eco