ANGÚSTIAS DE UM POETA
Em primeiro plano, a morte.
Não sei se me alcança ou se faz acordo comigo.
Acordo.
Tomo café. Atitudes não tomo.
Temo a morte, assim como sofro com a vida.
Penso em viver novamente juventudes.
O Plano diz que não.
Que a minha juventude é velha, descabida.
Então vou xingando Deus...anjos... santos,
exús e tudo o mais que não sei.
Desabafos de um ser naturalmente louco.
E meus escritos tingem-se de sangue...
devidamente azul, como cabe a um nobre poeta.
E meus pensares tangem-se em águias.
Como convém a todos que voam.
E os meus textos se borram de medo.
Eles não nasceram para viver em fraldas.