percorri meus labirintos, muito me perco, há sonhos em demasia, invenções, desejos, querências que me vêm e passam antes que eu possa retê-las, usá-las; é muito intenso o dia, muito pensada a noite e eu muito parado, sequer observador, um idealista sem bandeiras, um romântico sem amor.
vou agora a lugar algum, ver com olho vítreo, tocar com a mão amputada, nadar no mar morto. morro sempre que não há sol, e ultimamente desaprendi a renascer, perdi o terceiro minuto da aurora, vou-me embora de mim.
estarei perto daqui, jamais me ausento pelo tempo de uma saudade. quem sabe o que pode me fazer voltar? um vento risonho, uma flor matreira, o avião em pane, uma multidão em pé, a musa deitada, motivos demais, ideais de menos.
melhor ficar escondido à luz do poste solitário na avenida deserta. quem seria otário de ficar ali? eu sempre fico, não me mexo, já vi mais de um poste fluir, mais de uma rua fechar, tudo em vão, eles vão, eu não, apenas saio.
quantas voltas me faço, também já me fiz serenatas, carreatas, cai do trampolim, ganhei o medo de altura, perdi a volta do fim, enfim, só quero esclarecer que sou só, onírico, pleno, deidade pagã, semeio a eternidade na morte concreta do amanhã.
vou agora a lugar algum, ver com olho vítreo, tocar com a mão amputada, nadar no mar morto. morro sempre que não há sol, e ultimamente desaprendi a renascer, perdi o terceiro minuto da aurora, vou-me embora de mim.
estarei perto daqui, jamais me ausento pelo tempo de uma saudade. quem sabe o que pode me fazer voltar? um vento risonho, uma flor matreira, o avião em pane, uma multidão em pé, a musa deitada, motivos demais, ideais de menos.
melhor ficar escondido à luz do poste solitário na avenida deserta. quem seria otário de ficar ali? eu sempre fico, não me mexo, já vi mais de um poste fluir, mais de uma rua fechar, tudo em vão, eles vão, eu não, apenas saio.
quantas voltas me faço, também já me fiz serenatas, carreatas, cai do trampolim, ganhei o medo de altura, perdi a volta do fim, enfim, só quero esclarecer que sou só, onírico, pleno, deidade pagã, semeio a eternidade na morte concreta do amanhã.