COISAS DE RELICÁRIO
Sempre que percebo,
mais um aniversário,
fico pasmo com essas
coisas de relicário.
Tempo, idade,
aborrecência, senilidade.
O que será feito de nós,
amanhã, eu não sei.
Não me parece lúcido também
cutucar a onça do tempo.
Varas curtas ou longas...
tanto faz.
Ela não existe mesmo.
Só sei que mantenho
em sobrevida
essa poesia atemporal.
Ela não nasce, nem morre,
mas vive de eternidades...
como qualquer mortal.