TODAS AS MINHAS FORMAS DE VIDA
Quando releio os poetas vivos, cheios de natureza,
não sei o que pensar dos meus textos inorgânicos.
Quando paro e penso que milhares de poetas
já se foram, nem sei o que dizer sobre como
melhorar os meus textos anacrônicos.
Quando viajo nas maioneses menos calóricas,
nestes mares de linhas camufladas,
não sei também como desrimar amor com flor.
Não tenho um google em mim.
Não sei pesquisar o que não quero saber.
Procuro ser o melhor de mim quando encaro
todas as minhas formas de vida.
Talvez um camaleão. Um ator. Um dublê.
Jamais um Fernando Pessoa.
Talvez um Shakespeare, um Magaiver,
um Drummond.
Jamais um Raimundo.
Sem rima, nem solução.
Mas ser eu mesmo...assim como sou,
isso é bom demais.
É chique no úrtimo.
É pura emoção.