DESPEDIDAS

Despeço-me deste ano moribundo

como quem passou batido.

Aforante alguns amigos que fiz,

confesso não ter vivido feliz

trezentos e tantos dias.

Mas, o consolo é que ele, como nós,

morre e renasce.

E a felicidade, por ser um estado

de espírito e não de direito, também

vai morrendo e nascendo sem jeito.

Eu sempre gostei de anos pares.

Os ímpares me parecem egoístas e

são palco de grandes tragédias.

E grandes comédias políticas.

Das matérias afetivas, sempre

nada conclusivas, nada tenho a expor.

Falar de amor em ano par, ai sim

eu vou falar.

Queria me despedir dos dias de chuva.

Da violência sem bandeira.

Dos novos heróis da água.

Sem heroínas, nem seringas...só talento.

É meu velho ano...você está indo embora.

Vá com Deus, que o ano novo me namora.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 31/12/2009
Código do texto: T2005230
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