DESCOBRINDO ETERNIDADES

Cansei de rasgar os verbos

e de virgular meus dias

com goles de emoções sem nexo.

Peguei a estrada, mesmo sem

violão debaixo do braço.

Como nunca ninguém me ensinou

a encarar futuros sem medo,

usei do presente e a coragem veio.

Essa caminhada é sempre muito longa.

Não há fim nessa estrada e, por isso,

dispensei mapas.

Caminhei à revelia.

Anoitecendo meus rancores, sempre

via o nascer do sol a cada novo dia.

Descobrindo eternidades, eu,

bandeirante de mim, esqueci o ouro.

Não incendiei rios e ninguém me chamou

de diabo velho.

Consegui renascer a cada morte

dos dias. Sempre mais forte.

Fui me descobrir, de fato,

além...bem além

do que supunha ser

o Paraíso.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 10/12/2009
Código do texto: T1971604
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