DESCOBRINDO ETERNIDADES
Cansei de rasgar os verbos
e de virgular meus dias
com goles de emoções sem nexo.
Peguei a estrada, mesmo sem
violão debaixo do braço.
Como nunca ninguém me ensinou
a encarar futuros sem medo,
usei do presente e a coragem veio.
Essa caminhada é sempre muito longa.
Não há fim nessa estrada e, por isso,
dispensei mapas.
Caminhei à revelia.
Anoitecendo meus rancores, sempre
via o nascer do sol a cada novo dia.
Descobrindo eternidades, eu,
bandeirante de mim, esqueci o ouro.
Não incendiei rios e ninguém me chamou
de diabo velho.
Consegui renascer a cada morte
dos dias. Sempre mais forte.
Fui me descobrir, de fato,
além...bem além
do que supunha ser
o Paraíso.