O PESO DO SOL
É noite.
Piso firme. Piso duro.
Em trinta metros, um poste.
Trezentos metros, dez postes.
E eu ando.
A luz, que vai e vem, me projeta
em negro na calçada.
Ora ,me estufa, ora me alonga.
Como uma sanfona.
Por dez vezes,
E eu ando.
A calçada vira uma tela....
E conta estórias de um homem sem peso.
Gordo, magro, gordo, magro.
Gordo, magro, gordo, magro.
Pena, que à luz do dia,
exista um só Sol.
A calçada perde a graça.
De tela à Terra.
Uma sombra só.
Com o peso do Sol.