MINHA VIDA DE POETA
Ah! vocês não sabem!
Eu me escondo nela.
Essa vida de poesia
transformada em querência,
é tudo que um bom gaúcho gosta.
Mas não sou gaúcho.
Sou poeta. Nem sei bem se dos bons
ou dos ruins.
Sei que, quando escrevo, imito Deus.
E crio estrelas de montão.
E crio caminhos.
Crio vilas, cidades, amizades,
poemas...
Crio também um monte de belezas
que só são encontradas nas almas.
Não consigo rimar amor com flor.
Minha poesia tem um quê de deboche.
Mas não desrespeita nenhum escrevente são.
Minha vida de poeta me ensinou que tenho
uma missão muito linda.
Nunca criticar....mas eu critico.
Não admito que alguém faça de conta
que escreve poesia.
Cora Coralina...coisa linda!
Manuel de Barros...o maior poeta desse tempo.
Nem ele, nem ela rimaram bobagens.
Criaram imagens...foram plenos.
É isso que vale.
Escrever por escrever...
É como viver por viver.
A emoção tem suas razões de ser.
A poesia tem a emoção de ser.
Minha vida de poeta é assim.
Como dizia aquele poeta do passarinho:
Eu passarão!