O Futuro
Construir edifícios,em fundações de concreto,ferro, e abismo..
Morar em espaçonaves,mães do deserto de seios cobertos pela noite.
Vidros de aço dilacera o firmamento de um Deus Pós moderno.
Flores do campo florescem sobre escombros de ipês imaginários.
Mistérios são sabores de frutas colhidas em vales de solidão.
Amanha a alma não terá um corpo sedento de amores profanos,
E sim terminações nervosas ligadas a uma maquina caça-níquel.
Paixões são retratos fossilizado cravados nas paredes do tempo.
E o tempo,não se conjugará mais os verbos no pretérito e futuro,
Pois não haverá mais conjugações e nem conjuras de amor.
A alma padecerá dentro de casulos de DNA programados e reciclados.
Onde estão as aves que pousavam sobre as coníferas o seus cantos?
Edifícios,fundações de concreto e abismo,abrindo feridas no vazio,
Transpondo para uma arquitetura anti adâmica, aquilo que um dia foi ilusão.
Gira a mãe natureza em pégasos de prata sobre carruagens de ventos,
Montada sobre o tempo inunda desertos,e vales com as águas do ártico ,
Um silencio branco que dormia em gélidos lençóis, lança um grito de morte.
Distante da terra,os sonhos sempre serão um pressagio de que um dia vai voltar,
E o manto da noite agasalha devaneios estrelares sobre a luz do luar.
Enquanto o vértice do tempo escoa para as entranhas sóbrias,ruínas e pensamentos
Quero jamais esquecer o perfume das rosas,quando do futuro brotar espinhos de aço.
Vidas alfanuméricas catalogadas de cores cinzas, tatuadas em ventres holográficos.
Estradas direcionadas ao infinito,e pontes que partem para o nada rabiscando os céus.
O que são pessoas,se não,seres abissais habitando espaços vazios de olhares esquecidos
Universo sem espírito de alma sombria, criação da ciência subtraída da não consciência.
Parto para outras terras,onde de uma nau de brancas velas avistar um novo mundo.
Corações aquecidos nas geleiras de altas montanhas vestidas de nuvens de ilusões.
Vozes entoam das nascentes de águas claras, o verbo,que se fará luz na razão do viver.