Prosa Poética: OS DOCES BEIJOS DOS BELOS BEIJA-FLORES Autor: Odenir Ferro

Prosa Poética: OS DOCES BEIJOS DOS BELOS BEIJA-FLORES

Autor: Odenir Ferro

Na evolução dos meus pensamentos, que se vão entrelaçando-se uns aos outros, emendando-se numa linha contínua, pela qual vou navegando as minhas emoções pelos contextos das muitas histórias que se trafegam nas líneas ininterruptas do meu viver pensante – é o quanto então – eu vou vivendo incansavelmente procurando tracejar nas minhas silenciosas sombras de sentimentos difusos, algumas coloridas sobras das dobras que se despetalam dos arco-íris que circundam o meio-fio do horizonte, em cada final de espessas chuvas que se derramam do céu sempre tão acolhedor, amoroso e sonhador.

É assim que procuro interpretar os meus sentimentos, enquanto vou vivenciando-os, através do meu mundo interior. Vibrando-os, em todos os aspectos mais globais – sendo-os próximos a mim ou então, até os mais distantes – pelos quais vou criando sentidos interpretativos, ao trazê-los até a mim. Podendo concluir, através dos meus pensamentos, todos os teores que se concentram nas evidências destes aspectos. Sejam eles os mais reais e dramáticos possíveis, ou os meramente fantasiosos e até enfáticos e envoltos no imaginário dos ensaios cênicos, que vão lentamente se formando dentro dos meus vislumbres mais encantados, explorados dentro das inúmeras exposições de belezas acontecidas nos movimentos teatrais.

É a força impactante da vida, através do explosivo encanto da qual, vejo sendo desprendida a extraordinária exuberância da beleza colorida, em todos os lugares nos quais me concentro, direcionando os meus olhos sonhadores, dramatizando esta força impactante de vida! Força que vai induzindo, envolvendo, acariciando, enaltecendo e levando a fundo os meus pensamentos, nesta eterna e generosa fé e remansadamente sublime que se tece neste florido atapetado de encantos por onde passeiam as minhas intensas imaginações. Constantemente febril, procurando enredar-se pelos caminhos que se formam através dos muitos belos ciclos de todas as eras esta exuberante estação primaveril.

Estação que vem renovar os nossos ânimos com a generosa força da vida, reflorescendo a Natureza em todos os lugares nos quais inumeráveis atapetados de flores vão abrindo-se em pétalas e transbordando nos ares, a pureza do abrangente amor impregnado de fragrâncias misturadas pelos mais diversificados perfumes que se espalham das muitas flores que brotam em pétalas vivas! Deixando todos os lugares, como se fossem atapetados coloridos, tecidos pelas divinais mãos e regenciais da criação!

E, vivenciando em meu entendimento o sentido da palavra criação, através de uma simples associação de idéias, passo automaticamente a pensar nas complexas dimensões que atuam os sentidos mais amplos que se fazem dentro do crer e da ação e do ato de se criar, se fazer acontecer, originar, ao poder dar vida a algo ou a alguém.

Crer, sem querer vivenciar alguma crença, simplesmente por se poder crer em algo ou alguém, quando podemos despertar e despetalar, dentro de nós, os impetuosos sons harmônicos extraídos dos belos cantos jorrados da colorida força da vida desabrochada dentro da perpétua flor instalada dentro do nosso imenso universo interior. E desta maneira singular e imaginativa, poder dar plenos poderes aos sonhos ao amparar a nossa vida numa plenitude de encanto amoroso. E dentro de alguma crença, vivenciar as razões emocionais mais intraduzíveis, dentro de tudo o que se possa justificar, mesmo que sejam intimamente, para nós mesmos, amparando-nos e deixando-nos seguros, rumo ao encontro dos muitos propósitos da nossa vida.

Seguindo assim, penso também, que a Estação da Primavera, igualmente seja isto:- Uma enorme fonte de renovação cheia de propósitos de ser crer na força da Vida, glorificando e louvando de um Ser magnânimo, supremo e superior, bem mais, mas muito bem superior mesmo, a todos nós!

Creio que as cores difusas das flores colorindo os jardins, assim como as radiâncias mais quentes do sol e as claridades mais transparentes dos dias, vão motivando todos os nossos apelos insntintivos às nossas elevações espirituais, ao amparmos os nossos elos afetivos com as forças da Natureza. Recriando, renovando, ou fortalecendo dentro de nós, uma consciência de crença mais forte, mais elegante e mais abrangente com tudo o que se possa referir aos tópicos mais exuberantes e tradutores das luzes e cores mais quentes que se fazem acontendo nas radiâncias espalhafatosas que se desnudam por completo, dentro da Estação Primavera!

Os enredos sinfônicos dos incontáveis pássaros, entrelaçando-se aos sons cacafônicos dos grilos, ocultados nos verdejantes matagais, que agora estão bem mais espessos, devido às muitas chuvaradas recentes que puderam contribuir com a seiva mágica da vida, no tocante aos reforços da nutrição da terra, entremeados de muitos outros insetos e bichos, vão tecendo os melodiosos encantos e harmônicos da existência!

Enfeitando o pano de fundo dos cenários das nossas vidas que passam afoitas em sempre querer viver cada qual para si, as aceleradas disritmias destes tempos sempre tão sem tempo para nada e para tudo se fazer acontecer dentro deste nosso mundo avolumado por uma procura de tudo. que quase sempre ruma ao vazio do nada! Quando sempre afoitos, voamos sem tempo para sequer pensarmos em olharmos para os lados, rumo à busca de ao menos criarmos uma lógica plausível, dentro de alguma justificativa ao menos que se seja razoável, mesmo que intimamente, para criarmos uma leve massagem no nosso ego, num entendimento qualquer, mesmo que seja sem um aprofundado fundamento, dentro das razões do porque estamos aqui. Podendo, de esta maneira ocultar, ou até mesmo ignorar, as dádivas destas encantadoras belezas que a Natureza, de formas intraduzíveis pelos nossos vagos conceitos de beleza, carrega, desnuda-se e se expõe de forma sempre tão elegante e magnífica, através dos infindáveis Ciclos das Estações que se englobam dentro dos espaços de si.

Belíssimas borboletas festejam os encantos dos amores, espalhando-se pelos ares, as suas exuberâncias exóticas das suas existências; numas simetrias suaves, embaladas pelos deslizantes vôos de asas colorindo ainda mais, o anil azul primaveril do céu.

Sem contar, que nas belas tardezinhas, logo após o sol ir-se pondo a pino no meio-fio do horizonte, incontáveis cigarras começam a cantarem o Jazz Sinfônico Tropical!

Parecendo até, que elas carregam em seus cantos, toda a gama da força precisa de comove todos os abençoados encantos poéticos manifestos em todos os mais diversificados pores-do-sol, que vão pincelando o céu com os tons mais quentes, carregando de nuanças avermelhadas, as paisagens que se fazem à espera de cada novo anoitecer, em cada nova linha do horizonte. Deixando os fins de tardes, além de melódicos, vibracionais e inspirativos, muito mais festivos, desejosos, esperançosos e coloridos.

Penso que por detrás de todas estas exposições acontecendo energeticamente sempre tão magníficas, e que ocorrem amplas, através de todas as belezas expostas e explícitas pela força primaveril em natureza aberta, existam os muitos desafios sempre tão cheios, e carregados de inúmeros mistérios. Muitos deles, incógnitos até, pelas nossas tão vãs percepções filosóficas!

Mas, a Natureza, para se exibir plena e radiante, em cada nova primavera, ano a ano, atravessando séculos compostos por eras ininterruptas, precisa de um gigantesco parto de amor, a cada nova estação que se lhe renova o conteúdo todo e pleno, dos seus coloridos tão antigos. Muito embora sempre renovados, ao despertar-se em nós, as renovações da esperança.

Trazendo-nos um caminho pleno de profundo amor e paz, ao sentirmos vibrando também, dentro do nosso íntimo, as forças constantes deste magnânimo amor despetalado num colorido vibracional intenso.

Fico meditando em quantos caminhos e descaminhos, em quantos acidentes de percursos e em desvios forçados, do seu trajeto natural, nos inúmeros obstáculos que foram precisos ser ultrapassados, muitos deles quase intransponíveis até, para que desta forma, se pudesse avançar... E chegar novamente até aqui!

Fico a pensar, no quanto foi preciso uma extremada força relutante em batalhas feitas com muitas persistências, e que se superassem, desta forma vitoriosa e plena, todas as muitas adversidades imprevisíveis, contidas dentro das muitas inconstâncias climáticas atuais. Para que enfim, a Natureza, mais uma vez, vestindo-se das suas características e tradicionais roupagens da Primavera, pudesse novamente, neste ano, assim como nos demais passados, poder chegar encantadoramente até nós, de maneira vibrante, brilhante, belíssima e vitoriosa!

Enquanto algumas pessoas denotam perigos em todos os lugares, a Natureza tem caminhado ao longo dos dias, meses, anos, séculos, milênios, atravessado todos os obstáculos. Impondo-se poderosa e resoluta, em cada novo desafiador momento, ao conseguir heróica, reprisar o seu imenso espetáculo primaveril, seja em qual Continente for, seja em qual Hemisfério for!

E eis que neste Tempo, ela chega toda exuberante e pomposa, para vir colorir o Hemisfério Sul! Sempre conduzindo através de si, todas as suas mais louváveis e contagiantes pétalas de belezas expostas em flores vívidas, exóticas, e intensamente coloridas.

Fazendo até com que os arco-íris se confundam com as evidenciais tonalidades espalhadas pelas mais profusas cores nas flores que se desabrocham vivas e lindas, à espera dos doces beija-flores a virem beijarem-lhes os seus carismáticos encantos magníficos! E que se espalham pelos ares, através dos seus perfumes, desenvoltos de pétalas em pétalas!

Odenir Ferro
Enviado por Odenir Ferro em 27/10/2009
Código do texto: T1890033
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