UM LAÇO E UM NÓ
Um laço e um nó e o engasgo o silêncio a palavra muda amordaçada e nada e nada e nada do que fizera antes apaga o fluxo do poema e da prosa e as mãos frágeis do poeta-cronista tentam a todo custo segurar o texto o desejo a insensatez a loucura e o rio de letras sílabas palavras-peixe e amores brutos um laço e um nó e o engasgo o silêncio a palavra mata e mata e mata e cala e se cala afrouxa e aperta afrouxa e aperta e joga e rola e deita e cola afrouxa e aperta e água e mais água inundam o ser e o papel e o espaço e o universo e a tela fala aquela fala aquele riso aquele pranto afrouxa e aperta e aperta e afrouxa um laço e um nó.