JURO QUE VI

Juro que vi um vulto.

Passou de raspão entre eu e mim.

Não seria assombração porque é dia.

Nem, sequer, um exú. Não deu pra reparar no olhar.

Não seria também um anjo. Não ouvi o ruflar de asas.

Apenas passou de raspão.

Nada de som, nada de odores, nada de toques...

Talvez tenha vindo do outro mundo.

Do outro mundo interior de mim e quisesse fugir.

Pior, sem ser notado.

Talvez quisesse ganhar a liberdade.

Ou dar uma espiada no mundo exterior.

Ou ainda, uma escapadela em busca

da felicidade.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 13/10/2009
Código do texto: T1864743
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