SILÊNCIO
Silêncio é quente
Quente de vento
Silêncio sente
Sente o tempo
Silêncio rente
Rente ao extremo.
Em cima da calçada crua os pães frescos são sonhos irreais imersos à grande cidade. O jornal diz tudo o que acontece e repetem e repetem todos os dias aquilo tudo que sabemos que acontece.
Quente é o silêncio
Sossega o vento
Sente o próprio silêncio
O mesmo tempo
Rente prossegue o silêncio
Sempre ao extremo.
As velhas rodas de ciranda são pedras, cascalhos de lembranças, telhas retiradas sob a lua, ao mar jogadas, sempre nuas.