Elo
Sou a elo seguinte da corrente estendia e presa ao presente, esticada firmemente atando punhos e esmagando arestas. Sigo a sina, sou o fato, serei lembrança, e farei novo elo, também estico a corrente. Sou de aço, envergo e me fundo, tenho a forma que me fez ter, mas tenho segredos, sou de aço, mas me fiz sentimento, tenho a forma errada para o sentido que tenho no peito, sentimento. Tenso é o sonho, vivo no estresse. Contrario da vida, é o espelho da morte. Vivemos mortos olhando para a vida dia a dia, apenas nos ajeitamos e continuamos assim, inertes. Choco contra isso,quebro o elo e não faço outro, passo a vida a seu lugar e deixo a morte a vigiar. Deixo firme e tenso o que tem que ser, afrouxo o resto, afinal não sei a intensidade que deve ser, na duvida, deixo correr, já estou correndo a tempos. O tempo perdido não volta, o futuro sonhado ainda vem. Peso pecados pagos, vejo sem valor algum, peco mais, quero o peso, vou virar a balança, não quero o justo, quero o que for meu, assim do meu jeito. Fui tudo que se pode, sei tanto que nem sei para quê, para quê isso? O básico se faz necessário na vida, assim ela é. Descomplicar e deixar o que tiver que deixar, não sabemos o formato da arte se não for feita, vale o valor ou o amor, depende de quem pinta. Quebro o elo, despedaço o conhecer, quero o novo, quero mais saber não, básico, deixo o branco e espero a cor, sei das cores. Desprendo o presente e misturo o futuro ao passado, lembro de algo e penso em outra coisa, assim faço a vista, pinto com amor, vejo o horizonte e sei que chega de qualquer forma, queira ou não, ele vem, não adianta parar os passos, o mundo gira por sua conta, melhor então, é fazer valer de nossa forma, intimamente e prazerosamente do nosso jeito particular de ser.