Alma infinita

De que adianta fluir, a vida, o dia, as situações, deixa correr, resolver, acontecer, contemporizar, deixar para lá, seguir, ir, fazer, moldar, ser ou não ser, de quê? Transmutei e difundi meu ser em tantos, me fiz parte de tudo, me adaptei e por fim fundi minhas crenças nas descrenças dos homens, apenas para fazer parte de um todo que se quer me via, compreendia, entendia. Criei a mascara e a mascara me tomou para si. o personagem assumiu a escrita e conduziu o caminho. Chega, quero libertar meus unicórnios, minhas lendas e verdades, quero sentir o gosto da chuva, o cheiro do hortelã, e o tato do amor. Fiz tanto para tantos que por fim sou eu aqui com perguntas que só o espelho vai responder, aguardo pacientemente, sou eu agora, só eu, nada em mim, nenhuma mascara, estou limpo de mim mesmo, paro o universo e escuto meu coração que chama outro, apenas me sento, nada pergunto, nada faço mais, nada espero, sou eu aqui, bruto novamente, cerrado e simples, que venha o próximo dia, passo e palavra, aguardo incrédulo, porem cheio de sentir, pulso as verdades e desdenho qualquer pressagio, quero viver, chega de prever. O amor serve e preenche qualquer vaso, porem as flores só nascem onde houver espaço para suas raízes, meu vazo esta aqui, a espera das flores, afinal, minha alma é infinita.