E, na Madrugada...
Pensar nas palavras que preciso repetir agora,
guardar as sílabas nos bolsos vazios, seria esvaziar todo o meu querer ou lançar no mar meus desejos inocentes
presentes naquela noite lunar.
Soprar no ar
do vento a promessa de prolongar a noite, antes de o dia chegar.
Tudo não passa de uma invenção possível que oscila no silêncio inquieto,
quieto nesse instante onde a visão ofusca a luz e esconde as imagens num discurso sem linguagem definida, vinda
pelos sinais obscuros
das palavras pobres, fáceis de serem interpretadas,
abafadas pelo simples ruir do papel...
E, sem saber da profundidade daquele abismo,
..., fomos pela superfície da razão na invasão de campos onde não havia mais nada.
Assim, tínhamos muito mais o que dizer do que ver ao olhar as janelas iluminadas por iluminar o tempo nas
sombras frágeis da madrugada sem fim...