Quando o poeta...

Quando o poeta se ajoelha perdido entre tudo. Quanto os olhos gritam socorro silenciosamente apenas com um olhar profundo buscando alma em tudo o que vê. Quando o corpo almeja o toque de carinho e tem o vento na face, que mostra o bom da liberdade, mas trás o amargo da solidão. Quando tudo o que se passa já não é mais tão interessante como era ontem. Quando se perder se torna o caminho, e o caminho certo já é o que não conhecemos mais. Toda consciência resiste dentro do ser, dentro de tudo que resiste, dentro do buraco negro dos sentimentos, levanta e chora, levanta e pede, implora e resiste, silenciosamente a tortura de uma vida sem conexão externa, sem par, sem páreo, sem palavras que sustentem algo que possa dar continuidade neste texto. Sim, quando o poeta pede socorro a si mesmo e tem o vazio como contra proposta a seu desespero. Quando o espelho reflete apenas o reflexo e toda imaginação se esvai no esgoto da amargura junto as lagrimas que não cessam. Correntezas limpam a alma enquanto levam e lavam a alma sem pudor algum. O poeta renasce, limpo de toda a dor, rasgado, com remendos em suas esperanças, crenças e atitude. Renasce do fogo para o fogo, aguardando outra vez, sua morte. O poeta não é o guerreiro, ele em si, é a guerra.