Lucidez Vazia.
Num silêncio que atormenta o grito, o olhar
espera a vida voltar sem saber quando.
Deixo absorver na pele o colorau do sol, e entre as copas das árvores ouço os sentidos íntimos das emoções vibrarem em mim.
Quem somos nós, quando não sabemos se é cedo ou tarde para voltar.
Nós, que pela manhã juramos amor eterno sem entender que o sempre é muito intenso,
e a intensidade é algo árduo demais.
..., não há muito mais pra dizer nesta chuva insistente.
Leva persistente o sonho meu pelas brumas do tempo, então, as aves saberão desenhar o nosso rosto ao vento, até se libertarem no infinito.
Moldo em partículas a felicidade, e se assim mesmo ela não durar, não vamos ter medo de pensar sobre os limites da distância ou,
Mesmo sem concordância, haverá lírios entre os muros ancorados na solidão.
São sentimentos estranhos, furiosos que despertarão nos degraus submersos de um oceano azul.
Ou, se a vida escapar entre os dedos do dia,
não ficaremos sabendo o que é melhor: se é
viver ou morrer nesta lucidez vazia.