MEUS VERSOS

Não quero compartimentar com rigidez meus versos,

facilitando compreensão aos que desejam declamá-los.

Deixo-os livres das rimas,

rimando-os no contexto de cada interpretação.

Não pertencendo à arte da literatura,

transcendendo a classificação do lírico,

seja simplesmente arte! Minhas belas travessuras;

coexistindo com a libido da humanidade.

Quero isentá-los da gramática,

reduzindo-os às frenéticas ações moleculares,

exaltando-los iguais grandezas cósmicas,

fazendo habitá-los,

nos que ousarem recitá-los.

Não quero restringir meus versos,

permitindo humanas limitadas categorias;

melhor que não existam!

Desejo que meus versos sejam beduínos,

nômades do infinito estrelado,

ausência da flâmula que detona a explosão nuclear,

composto natural que produz a fotossíntese,

indizível noite de luar,

a singela expressão do meu amor,

da minha dor...