A VIDA
Dormi um sono como a muito não dormia...
Adormeci de uma realidade cansada... Exausta e sonhei!
Seria mesmo um sonho? Na verdade não sei!
Se dormindo ou acordado não importa... Não estava em mim!
Por onde estive? Não era aqui!
Um lugar de pradarias... Ao longe uma floresta!
Andei por estradas de barro... Achei um lago!
Tudo era bonito... Lindo mesmo!
Eu vi um menino brincando... Eu vi o verde!
O verde corria por baixo dos pés do menino!
Ouvi o vento... Uma brisa brincava com os cabelos daquela criança!
Ela sorria... Faces rosadas!
A alegria era sua hospede, ou quem sabe?... Senhoria!
Eu vi a vida... A vida corria livre nas pradarias!
Eu vi o lago... Suas águas abraçaram a vida!
A vida que havia naquela criança... Naquele menino de tanta alegria!
E olhei... E procurei... E a vida?... E a vida?... E a vida!
A vida que havia, não era mais!
A vida que foi se foi em paz!
E o lago? O lago?... Ah!... Ele sorria!... Apenas sorria!
E olhei novamente... E no fundo do lago a vida brincava!
Ela se movia entre as pedras... Entre as algas!
Nas mais variadas formas, era a vida, que um dia criança, não era mais.
Havia crescido e se espalhara na superfície do lago... Sobre a terra firme... No voo das aves... Numa revoada de andorinhas... No amor entre os casais... No choro das crianças... Na serena paz!
Rio, 20/06/1998