Deserto de Estrelas.
São três horas da manhã,
e faço uma descrição lenta da noite exuberante e bela.
Da janela, vejo algumas estrelas vagas no céu, (chego a contá-las) até encher meus olhos.
Para onde elas me levariam, eu ainda não sabia. Permaneci ali olhando.
Ali eu podia ficar segura e nada crescia dentro de mim. Tudo se apagava numa breve alegria e o vento afastava o tédio e a noite corria...
Pudesse eu ficar ali e sonhar!
Sim, sonhar, porque o sonho só nos pertence enquanto não o realizamos, depois...
Depois, diluí-se em fragmentos fragmentados sem alça para ninguém o agarrar, escorregam entre os dedos numa frustração anônima que segue para qualquer lugar.
Num ledo lar talvez, para se aproximar do deserto e ver o céu cheio de estrelas que enchem a alma e dói
quando acalma.
Nem o meu melhor sorriso, poderia modificar o espaço deixado por elas.
... Fecho a janela e, vejo um vaso camuflado como figurante na sala.
E, em um grau de compreensão sutil, as rosas se calam e o que fica,
simplifica no silêncio como sendo a imagem principal...