Deserto de Estrelas.

São três horas da manhã,

e faço uma descrição lenta da noite exuberante e bela.

Da janela, vejo algumas estrelas vagas no céu, (chego a contá-las) até encher meus olhos.

Para onde elas me levariam, eu ainda não sabia. Permaneci ali olhando.

Ali eu podia ficar segura e nada crescia dentro de mim. Tudo se apagava numa breve alegria e o vento afastava o tédio e a noite corria...

Pudesse eu ficar ali e sonhar!

Sim, sonhar, porque o sonho só nos pertence enquanto não o realizamos, depois...

Depois, diluí-se em fragmentos fragmentados sem alça para ninguém o agarrar, escorregam entre os dedos numa frustração anônima que segue para qualquer lugar.

Num ledo lar talvez, para se aproximar do deserto e ver o céu cheio de estrelas que enchem a alma e dói

quando acalma.

Nem o meu melhor sorriso, poderia modificar o espaço deixado por elas.

... Fecho a janela e, vejo um vaso camuflado como figurante na sala.

E, em um grau de compreensão sutil, as rosas se calam e o que fica,

simplifica no silêncio como sendo a imagem principal...

Lila Garcia
Enviado por Lila Garcia em 22/07/2009
Reeditado em 23/07/2009
Código do texto: T1713562
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