PENITÊNCIAS

Esses caminhos de entresol

pelos quais meu mundo passeia

nada mais são que miragens

entre folhagens verdes e pó de chão.

A Transamazônica da minha vida

é a mesma da real. Muita lama

e barro moldando esperanças.

Ah!

Esse brasileiro comum que sou,

sem cartão corporativo

nem bolsa nada, vive naufragando

na selvageria dos vales.

Vale do rio amargo. E dos males, a malária.

Pena que sejam os irmãos mais carentes

que pagam tantas penitências.

E penitenciárias aguardando senadores safados.

Ávidas, cruéis, de portões abertos...

e solitárias absolutamente solitárias.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 11/07/2009
Código do texto: T1694828
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