PENITÊNCIAS
Esses caminhos de entresol
pelos quais meu mundo passeia
nada mais são que miragens
entre folhagens verdes e pó de chão.
A Transamazônica da minha vida
é a mesma da real. Muita lama
e barro moldando esperanças.
Ah!
Esse brasileiro comum que sou,
sem cartão corporativo
nem bolsa nada, vive naufragando
na selvageria dos vales.
Vale do rio amargo. E dos males, a malária.
Pena que sejam os irmãos mais carentes
que pagam tantas penitências.
E penitenciárias aguardando senadores safados.
Ávidas, cruéis, de portões abertos...
e solitárias absolutamente solitárias.